Romanos dominaram a nanotecnologia e a usaram para criar um efeito assombroso...

24/10/2022

Um cálice estranho entrou na coleção do Museu Britânico na década de 1950. É um artefato romano verde-jade de 1.600 anos chamado Taça de Licurgo. A imagem no cálice é uma cena icônica com o Rei Licurgo da Trácia, mas o elemento que diferencia esta taça é o efeito que a luz tem sobre ela. Se o copo estiver aceso pela frente, é verde jade, mas quando é aceso por trás, brilha em vermelho sangue. Na época, os cientistas ficaram perplexos com essa característica impressionante, eles não conseguiam descobrir como os romanos conseguiram - mas agora sabemos.

A resposta finalmente veio à tona em 1990. Pesquisadores na Inglaterra examinaram fragmentos quebrados do vidro sob um microscópio e descobriram que o artesão romano que fez o cálice foi um pioneiro em nanotecnologia. Pequenas partículas de prata e ouro foram adicionadas ao vidro - partículas tão pequenas que tinham apenas 50 nanômetros de diâmetro. Isso significa que esses elementos tinham menos de um milésimo do tamanho de um grão de sal de cozinha.

Você pode zombar da ideia que os romanos planejaram para tal coisa - mas o trabalho foi muito preciso e não há como o efeito ter acontecido por simples acidente. A mistura de partículas de ouro e prata usada na criação do cálice mostra que os antigos romanos tinham algum controle sobre as nanopartículas. A luz faz com que as manchas de metal no vidro vibrem de maneira a mudar a cor do cálice dependendo da visão que você tem do artefato. O arqueólogo Ian Freestone, da University College London, aplaudiu a conquista dos romanos como "um feito incrível".

Embora os romanos usassem a tecnologia como decoração, a nanotecnologia está sendo aplicada a outras áreas da vida hoje. Por exemplo, é usado no diagnóstico de doenças e na detecção de riscos biológicos em pontos de verificação de segurança. Atualmente, cientistas e engenheiros notaram que a nanotecnologia tem um potencial inexplorado. Um engenheiro da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign chamado Gang Logan Liu trabalhou com colegas para realizar um estudo sobre a reação de nanopartículas de ouro e prata com uma variedade de soluções.

Eles encheram uma placa de plástico com nanopartículas dos dois metais em uma combinação semelhante ao que é visto na Taça de Licurgo. Em seguida, os pesquisadores misturaram as partículas com água, óleo, açúcar ou sal. Seus resultados mostraram diferentes mudanças de cor dependendo de qual das substâncias foi misturada. Mais emocionante, eles descobriram que o protótipo que eles criaram era 100 vezes mais sensível aos níveis de sal do que os sensores comerciais são hoje. As opções são infinitas. Quem sabe? Talvez um dia esse protótipo seja usado em um dispositivo portátil para detectar patógenos em amostras de saliva ou urina.

Como você vê, os romanos eram muito mais avançados em algumas áreas do que a maioria das pessoas lhes daria crédito. E o uso da nanotecnologia não é a única coisa em que eles conseguiram nos derrotar. Por exemplo, os cientistas descobriram que o concreto romano de 2.000 anos sob as ondas do Mar Mediterrâneo é superior ao concreto disponível hoje em dia. O concreto romano supera a contraparte moderna em durabilidade e também é mais ecológico. Parece que examinar a tecnologia antiga pode ser a chave para fazer a próxima grande descoberta!