Descoberta Arqueológica Revela Padaria-Prisão na Antiga Pompeia
Recentes escavações arqueológicas em Pompeia, uma antiga cidade romana situada na atual Campânia, Itália, revelaram uma padaria que funcionava como prisão para pessoas escravizadas.
Durante a infame erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., Pompeia e a vizinha Herculano foram enterradas sob uma camada de 4 a 6 metros de detritos vulcânicos. Esta erupção catastrófica lançou gases e tefra a uma altura impressionante de 33 km, cobrindo a região com rocha fundida, púmice e cinzas.
A descoberta arqueológica ocorreu na Regio IX, insula 10 de Pompeia, uma área central cercada pela Via di Nola ao norte, pela Via Stabiana a oeste e pela Via dell'Abbondanza ao sul. Neste local, os arqueólogos desenterraram uma padaria incomum, um espaço confinado com janelas pequenas equipadas com grades de ferro para permitir apenas o mínimo de luz.
Este local abrigava pessoas escravizadas e um burro, ambos explorados para moer grãos e produzir pão. Curiosamente, a padaria foi encontrada em uma casa romana que estava sendo reformada quando foi soterrada. A casa se divide em áreas distintas, uma delas ostentando "frescos refinados" e a outra, abrigando a padaria comercial.
De forma interessante, próximo à área onde ficava o moinho, os arqueólogos descobriram no chão de basalto marcas em forma de semicírculo. Estas marcas mostram o trajeto que os animais de carga, como burros, seguiam ao mover o moinho.
Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, destacou em uma entrevista que fontes iconográficas e literárias, como os relevos no túmulo de Eurysaces em Roma, sugerem que moinhos eram geralmente operados por um escravo e um burro. O escravo, além de mover a pedra de moer, incentivava o animal e controlava o processo de moagem, adicionando grãos e recolhendo a farinha.
Fonte: heritage daily.