NASA encontra sinais claros de vida em Marte

A NASA divulgou nesta quarta-feira (10) uma das descobertas mais significativas da missão Perseverance: sinais que podem representar a evidência mais promissora até agora de vida microscópica antiga em Marte.

O achado ocorreu na chamada formação Bright Angel, localizada na cratera Jezero, região estudada pelo rover desde 2021. Em uma amostra coletada em julho de 2024, os cientistas identificaram minerais como vivianita e greigita, além de estruturas em rochas apelidadas de "manchas de leopardo". Na Terra, esses minerais estão frequentemente associados à atividade de microrganismos em ambientes ricos em matéria orgânica.

Além disso, análises feitas em um antigo leito de rio seco, conhecido como Neretva Vallis, revelaram a presença de carbono orgânico, fosfatos e sulfetos de ferro — compostos que também costumam estar ligados a processos biológicos.

Os pesquisadores classificam esses achados como potenciais biossinais, ou seja, evidências que podem indicar que Marte já abrigou formas de vida microscópicas no passado. No entanto, ressaltam que não se trata de uma confirmação definitiva, pois processos puramente geológicos ainda podem explicar os resultados.

A confirmação exigirá análises mais complexas, que só poderão ser realizadas com equipamentos de alta precisão. O plano inicial da NASA previa trazer as amostras para a Terra até o início da década de 2030, mas os custos e desafios técnicos adiaram a previsão para a década de 2040. Como alternativa, a agência espacial estuda a possibilidade de realizar os testes diretamente em Marte.

Apesar da cautela, a descoberta é considerada um marco na exploração espacial e fortalece a hipótese de que o planeta vermelho já teve condições favoráveis à vida em algum momento de sua história.