Grande latrina pública romana com 60 assentos de madeira descoberta em Bet Shean, Israel
Escavações arqueológicas revelaram grandes latrinas romanas localizadas em Bet Shean, Israel. Estas latrinas são as maiores do país, com 60 assentos de madeira à disposição do público. Sendo construídas numa área comum aberta, muitas pessoas obviamente usavam as latrinas.
"Em cada uma das quatro latrinas públicas dos períodos romano e bizantino que escavamos no local, foram instalados cerca de 60 assentos de madeira numa área comum aberta!" disse Walid Atrash, escavador da antiga Bet Shean pela Autoridade de Antiguidades de Israel e autor de um novo livro, Back to Bet Shean: Nysa-Scythopolis, em uma entrevista.
A latrina romana, parcialmente preservada no local, era uma estrutura bem construída, com pinturas murais e escadas ornamentadas com corrimão. No centro do edifício público havia um pátio pavimentado com mosaicos e adornado com colunas com capitéis, e três fileiras de assentos de madeira com blocos de asfalto natural intercalados em torno de três paredes.
"A estrutura foi parcialmente coberta e o pátio central ficou descoberto", diz Atrash. (imagem abaixo da estrutura)
"A cobertura parcial teria permitido a dissipação dos odores desagradáveis.
As pessoas sentavam-se e conversavam entre si enquanto cuidavam dos seus 'negócios', e é bem possível que todos os problemas da cidade fossem resolvidos ali."
Como todos os resíduos foram eliminados?
Foi instalado um canal de esgoto profundo sob os assentos, que corre ao longo das paredes do prédio e descarrega os resíduos na rede de esgoto urbana.
Ao pé da latrina, mesmo em frente aos assentos de madeira, foi instalado outro canal por onde corria água limpa, para enxaguar esponjas para limpeza do corpo e para limpeza geral.
Qual é a sensação de escavar um banheiro público?
"Quando comecei a escavar, não sabia que era uma latrina", sorri Atrash. "À medida que a escavação avançava e o sistema de drenagem era revelado, percebi que estávamos num banheiro público.
Escavar tal estrutura é interessante e, claro, depois de milhares de anos, não há odor. Além disso, o potencial de pesquisa do local é considerável, pois através do estudo das amostras podemos conhecer a alimentação das pessoas que aqui viviam e até mesmo sobre seus males e enfermidades.
Os arqueólogos não acham nada "nojento", pois os resíduos podem ser um tesouro para a investigação científica. É uma maneira completamente diferente de pensar", disse Atrash.
Fonte: Ancient Pages