As Grutas Históricas de Folx-les-Caves: Um extenso e misterioso labirinto antigo
As misteriosas cavernas na Bélgica percorrem milhares de metros de túneis escavados na rocha macia ao sul de Bruxelas. Diz-se que foram esculpidas durante o Neolítico e muitas civilizações passaram pelo local ao longo dos tempos.
As grutas de Folx-les-Caves estão localizadas no município de Orp-Jauche, na província de Brabante Valão. No passado distante, as grutas foram usadas como minas. Uma das rochas encontradas ali foi o tufo, um tipo de rocha vulcânica macia e rica em carbonato de cálcio. Estes foram extraídos para uso pelos agricultores como fertilizante. Mais tarde, o calcário mais duro encontrado nas cavernas foi extraído para projetos de construção locais.
Não está claro quando os humanos primeiro mineraram as grutas. Alguns especularam que as minas estavam em uso desde os tempos neolíticos, ou seja, por volta de 2600 a.C., e que os chifres de auroque eram usados como ferramentas de mineração. Talvez isso se deva ao fato de que vestígios de atividade de mineração datados do Neolítico foram encontrados em Spiennes, na província de Hainaut, situada a oeste de Folx-les-Caves. Ao contrário das grutas menos conhecidas, Spiennes é um Patrimônio Mundial, pois suas minas de pederneira são a maior e mais antiga concentração de minas antigas no noroeste da Europa.
Também foi teorizado que as grutas de Folx-le-Caves foram escavadas mais profundamente durante o final do período romano, ou início do período medieval. Embora pouco se saiba sobre suas origens, a história posterior das grutas é mais conhecida e contém algumas histórias bastante fascinantes.
As minas são um labirinto de cerca de 60.000 metros quadrados (aproximadamente 650.000 pés quadrados) como resultado de séculos de mineração. Isso tornou esse local um esconderijo perfeito para refugiados que procuram escapar daqueles que ocuparam a Bélgica ao longo dos séculos. Tem sido sugerido que as minas foram usadas por refugiados desde o período romano até a Segunda Guerra Mundial. No entanto, curiosamente, além de esculturas em pedra e grafites nas paredes das cavernas, nenhum objeto foi deixado para trás por esses refugiados nas grutas, segundo pesquisas.
Além de ser um suposto refúgio seguro em tempos de angústia, as grutas foram usadas por vezes como garagem para veículos agrícolas, local de cultivo de cogumelos (desde 1886) e destilaria (1862). O ambiente úmido e escuro das grutas é ideal para o crescimento de cogumelos, enquanto as nascentes naturais que correm nas cavernas inferiores fornecem água pura para a destilaria.
O conto mais famoso relativo às grutas de Folx-les-Caves é o de Pierre Colon, que viveu algum tempo no local durante o século XVIII. Colon era um ladrão apelidado de 'Robin Hood belga', pois ele, como seu colega inglês, roubava dos ricos e dava aos mais necessitados. Dizia-se que Colon roubava comerciantes ricos que passavam por uma floresta próxima, e seu esconderijo eram as grutas de Folx-les-Caves. Segundo a lenda, seu cúmplice era sua esposa, que avisava a Colon sempre que a polícia se aproximava, para que ele pudesse se esconder em outra parte das grutas. Eventualmente, diz-se que a lei alcançou o ladrão benevolente, e ele foi enforcado crualmente até a morte no local onde cometeu seus crimes.
As grutas de Folx-le-Caves acabaram se tornando um ponto turístico e foram abertas ao público. Após a morte de seu proprietário e guia, Maurice Racourt, as grutas foram fechadas. Em meados de 2010, as grutas de Folx-le-Caves foram reabertas ao público.
As grutas de Folx-le-Caves continuam a ser uma parte interessante do passado antigo e mais recente da Bélgica.